quinta-feira, 27 de maio de 2010

Novidades no setor de Telecom


O bilionário mexicano Carlos Slim, dono da America Móvil que no Brasil participa do controle da Claro, Embratel e NET, estuda comprar uma participação na Portugal Telecom para impedir a oferta da Telefónica pela fatia da PT na Vivo Participações, noticiou o jornal português Diário Económico, citando pessoas próximas do negócio. Segundo o jornal, Slim tem mantido contato com o Banco Espírito Santo, um dos principais acionistas da Portugal Telecom, sobre como bloquear a oferta de € 5,7 bilhões da Telefónica pela participação da PT na Vivo. O jornal completa que ainda não existe uma decisão final quanto ao investimento, mas as mesmas fontes garantem que o empresário mexicano fará de tudo para impedir que a Telefónica fique com a Vivo, que é a maior operadora móvel brasileira e a principal rival da Claro no País.

A notícia tende a gerar ainda mais volatilidade as ações da Vivo e Tim, que direta ou indiretamente podem ser afetadas pela possível empreitada do bilionário mexicano. As ações da VIVO4 e VIVO3 podem vir a ser impactadas negativamente, pois a entrada de Slim poderia definitivamente barrar a oferta da Telefónica pela participação da PT na Vivo, ou encarecer substancialmente. Quanto a TCSL3 e TCSL4, podem sofrer impacto positivo devido a notícia, dado que a TIM já foi alvo de aquisição da Telefónica, e com a negativa da PT, a operadora italiana poderia voltar a ser uma opção para a Telefónica.

Mas por que toda essa corrida no segmento de Telecom brasileiro? Observamos um movimento de consolidação nos últimos anos e acelerado em 2009. O objetivo é unificar o máximo possível de operações, de modo a obter relevantes sinergias, culminando numa empresa mais abrangente e rentável. O propósito da Telefónica em oferecer tamanha oferta pela fatia da PT na Vivo segue esse ritmo de consolidação. Sem a PT na Vivo, a Telefónica poderia mais facilmente unificar sua operação de telefonia fixa (Telesp) com a operação móvel. E o que Slim ganha barrando a oferta da Telefónica? Como dito na primeira linha, o mexicano está no controle da Embratel (tel. fixo) e na Claro (tel. móvel). O noticiário acerca da unificação dessas duas operações está cada dia mais intenso, e caso concretizada a unificação entre Claro e Embratel, teria na Vivo+Telesp um concorrente de peso, em condições parelhas. Sendo assim, a empreitada de Slim faz todo sentido, uma vez que seu objetivo é dificultar ao máximo a consolidação de seus concorrentes.

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