quinta-feira, 17 de junho de 2010

Mantega: Inflação fechará ano "dentro das margens" da meta


BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira que o crescimento equilibrado levará o Brasil a cumprir a meta de inflação neste ano "dentro das margens que o sistema permite".
Segundo ele, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza as metas do país, "vai ficar bem comportado nos próximos meses", depois de um repique no início do ano.

"No passado, o Brasil crescia gerando desequilíbrios, como inflação e dívida pública... Agora estamos crescendo com equilíbrio, sem formação de gargalos", afirmou em apresentação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
A meta central de inflação é de 4,5 por cento, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais. Em 12 meses até maio, o IPCA acumulou alta de 5,22 por cento.
Mantega também repetiu que a economia brasileira já está desacelerando depois de um primeiro trimestre forte, e caminha para um crescimento médio neste ano de 6 a 6,5 por cento.

"Embora no primeiro trimestre tenhamos tido um crescimento muito forte, já está desacelerando... não era nosso objetivo ter crescimento tão forte, a economia brasileira não comporta, um dia chegaremos lá."
Apesar disso, o ministro avaliou que há espaço para que as famílias aumentem seu endividamento, mantendo o ritmo do consumo interno --um dos principais motores para a recuperação do país após a crise global.
Mantega listou ainda que o país precisa avançar em áreas como educação e reforço da taxa de investimento.

MERCADO CORPORATIVO - NOTICIAS RELEVANTES


Siderurgia – Continua a novela de redução da alíquota de importação do aço. NEGATIVO para o setor.

Permanece no radar dos investidores as discussões em torno da possível redução da alíquota de importação do
aço. O tema era para ser discutido hoje na reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), mas foi retirado da
pauta. O governo se mostrou descontente após as siderúrgicas anunciarem reajustes da ordem de 10% para junho
ou julho, após já terem elevado os preços entre 10% e 15% em abril. A avaliação do governo é que as siderúrgicas
teriam espaço para absorver parte dos reajustes do minério. Por isso, membros do executivo passaram a estudar
zerar o IPI para produtos siderúrgicos.

A discussão é pertinente e cabe ficar de olho. De fato as altas nos insumos tendem a prejudicar o setor e com isso
as siderúrgicas se sentem pressionadas a repassarem uma parte de seus custos mais elevados aos seus preços.
No entanto, o governo preocupado com a pressão inflacionária já estuda formas de dificultar essa elevação ou ao
menos mitigar o efeito deste na inflação. Para se ter uma idéia o minério de ferro que pulou dos US$ 65/ton em
2009 para US$ 110/ton em média este ano (segundo contrato de referência da Vale), hoje é cotado a US$ 151,5/ton
no mercado spot e ainda deve ter mais uma elevação agora em Julho. Em Apimec realizada recentemente no Rio,
Bruno Fusaro - Superintendente de RI da Usiminas informou que as importações de produtos siderúrgicos veio para
ficar e que as siderúrgicas nacionais tem de se adaptar a essa nova realidade. De qualquer forma aumento de custos
afeta mundialmente as siderúrgicas, se o governo reduzir a tarifa de importação é NEGATIVO, a contrapartida
pode vir através de reduções no IPI, tentando contrabalancear o impacto da redução da alíquota de importação do
aço o que seria POSITIVO.

Governo prorroga isenção de IPI para caminhão e trator até o fim do ano. POSITIVA para Randon, Iochpe,
Fras-le e Kepler Weber. Benefício fiscal terminaria no fim de junho.

A notícia de prorrogação de isenção do IPI para caminhão e trator é POSITIVA na seguinte ordem: Randon, Iochpe
e Fras-le. Em relação a prorrogação até o final do ano da alíquota zero para bens de capital, a notícia é POSITIVA
para WEG, Industrias Romi e Kepler Weber.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Flash: Exportações de carnes – 2ª semana de junho/10


De acordo com os dados divulgados pelo MDIC, a receita média diária proveniente dos embarques de carnes (bovina, suína e de frango) na 2ª semana de junho foi de US$ 58,7 milhões, resultado 16,0% menor que o observado na 1ª semana de junho. As restrições impostas pela Rússia e pelos Estados Unidos devem impactar no resultado de junho.

O acumulado do mês (1 a 13) ficou em US$ 62,9 milhões, com alta de 12,9% sobre a média registrada em maio deste ano (US$ 55,7 milhões) e 28,0% acima de junho de 2009 (US$ 49,2 milhões). O dólar segue em alta e registrou reajuste positivo de 1,4% em relação a maio, mas permanece abaixo de 2009.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Diretores da British Petroleum discutirão suspensão dos dividendos


A British Petroleum (BP) disse na última sexta-feira, que seu conselho diretor se reunirá na segunda-feira (14) para discutir se suspenderá o pagamento de dividendos da empresa para pagar as indenizações relacionadas ao vazamento de petróleo no Golfo do México.
A reportagem é de Clifford Krauss, do The New York Times, e publicada pelo portal Uol, 14-06-2010.
Os executivos da BP disseram ser financeiramente capazes de pagar os dividendos, que somam US$ 10,5 bilhões por ano. Mas também reconheceram o aumento das pressões políticas em Washington para que reserve ao menos o próximo pagamento de dividendos, enquanto a quantidade de petróleo que vazou no golfo é avaliada e as crescentes multas federais vinculadas a essa quantidade são estimadas.
“As discussões estão em andamento; há muitas opções na mesa”, disse Andrew Gowers, um porta-voz da BP.
Entre as opções que estão sendo consideradas pelo conselho diretor, disseram representantes da BP, está a suspensão ou corte dos dividendos por um trimestre, pagamento dos dividendos em ações ou apenas o adiamento dos pagamentos.
O conselho diretor da BP discutirá uma estratégia para a reunião entre os altos executivos da empresa e o presidente Barack Obama, na quarta-feira. Nenhuma decisão é esperada até lá. Àquela altura, a empresa espera que seus esforços de contenção do vazamento tenham conseguido parar grande parte do vazamento de petróleo no golfo. Esse progresso também poderia aliviar parte da pressão política sobre a empresa.
A controvérsia política ferveu em muitas frentes na sexta-feira, quando o procurador-geral da Flórida, Bill McCollum, enviou uma carta à BP exigindo que depositasse pelo menos US$ 2,5 bilhões em uma conta de caução dedicada para cobrir os prejuízos ao Estado e seus moradores relacionados ao vazamento de petróleo. O ministro do Meio Ambiente do México disse à agência de notícias “Reuters” que o México está considerando processar a BP por danos ambientais caso o petróleo chegue ao litoral do país.
Os esforços da BP para conter o vazamento foram tema de debate nas audiências em Washington na sexta-feira. Robert J. Barham, o secretário do Departamento de Vida Selvagem e Pesca da Louisiana, disse a um subcomitê da Câmara dos Deputados que os dispersantes químicos utilizados no fundo do mar podem causar mais danos ambientais do que o petróleo.
“Por pior que seja, nós temos muito mais experiência em lidar com petróleo na superfície do que abaixo da superfície, onde literalmente não temos nenhuma experiência”, disse Barham.
Ele disse que apesar dos repetidos pedidos à BP e ao fabricante do dispersante, eles não receberam informação sobre os percentuais dos componentes do produto, o Corexit.
John Williams, diretor executivo da Southern Shrimp Alliance, disse ao comitê que o setor de pesca de camarão está furioso com o uso contínuo de dispersantes sem o conhecimento adequado de como as substâncias químicas possam afetar os peixes e frutos do mar.