segunda-feira, 14 de junho de 2010

Diretores da British Petroleum discutirão suspensão dos dividendos


A British Petroleum (BP) disse na última sexta-feira, que seu conselho diretor se reunirá na segunda-feira (14) para discutir se suspenderá o pagamento de dividendos da empresa para pagar as indenizações relacionadas ao vazamento de petróleo no Golfo do México.
A reportagem é de Clifford Krauss, do The New York Times, e publicada pelo portal Uol, 14-06-2010.
Os executivos da BP disseram ser financeiramente capazes de pagar os dividendos, que somam US$ 10,5 bilhões por ano. Mas também reconheceram o aumento das pressões políticas em Washington para que reserve ao menos o próximo pagamento de dividendos, enquanto a quantidade de petróleo que vazou no golfo é avaliada e as crescentes multas federais vinculadas a essa quantidade são estimadas.
“As discussões estão em andamento; há muitas opções na mesa”, disse Andrew Gowers, um porta-voz da BP.
Entre as opções que estão sendo consideradas pelo conselho diretor, disseram representantes da BP, está a suspensão ou corte dos dividendos por um trimestre, pagamento dos dividendos em ações ou apenas o adiamento dos pagamentos.
O conselho diretor da BP discutirá uma estratégia para a reunião entre os altos executivos da empresa e o presidente Barack Obama, na quarta-feira. Nenhuma decisão é esperada até lá. Àquela altura, a empresa espera que seus esforços de contenção do vazamento tenham conseguido parar grande parte do vazamento de petróleo no golfo. Esse progresso também poderia aliviar parte da pressão política sobre a empresa.
A controvérsia política ferveu em muitas frentes na sexta-feira, quando o procurador-geral da Flórida, Bill McCollum, enviou uma carta à BP exigindo que depositasse pelo menos US$ 2,5 bilhões em uma conta de caução dedicada para cobrir os prejuízos ao Estado e seus moradores relacionados ao vazamento de petróleo. O ministro do Meio Ambiente do México disse à agência de notícias “Reuters” que o México está considerando processar a BP por danos ambientais caso o petróleo chegue ao litoral do país.
Os esforços da BP para conter o vazamento foram tema de debate nas audiências em Washington na sexta-feira. Robert J. Barham, o secretário do Departamento de Vida Selvagem e Pesca da Louisiana, disse a um subcomitê da Câmara dos Deputados que os dispersantes químicos utilizados no fundo do mar podem causar mais danos ambientais do que o petróleo.
“Por pior que seja, nós temos muito mais experiência em lidar com petróleo na superfície do que abaixo da superfície, onde literalmente não temos nenhuma experiência”, disse Barham.
Ele disse que apesar dos repetidos pedidos à BP e ao fabricante do dispersante, eles não receberam informação sobre os percentuais dos componentes do produto, o Corexit.
John Williams, diretor executivo da Southern Shrimp Alliance, disse ao comitê que o setor de pesca de camarão está furioso com o uso contínuo de dispersantes sem o conhecimento adequado de como as substâncias químicas possam afetar os peixes e frutos do mar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário