quarta-feira, 14 de abril de 2010

Dólar fecha abaixo de R$1,75 pela 1a vez em 3 meses


O dólar fechou abaixo de 1,75 real nesta quarta-feira pela primeira vez desde janeiro, aproveitando o cenário externo favorável e a perspectiva de entrada de recursos no país para cravar a quinta baixa seguida e a décima primeira em doze sessões.

A moeda norte-americana terminou em queda de 0,51 por cento, a 1,749 real. É a menor cotação de fechamento desde 12 de janeiro. No mês, a divisa tem queda de 1,80 por cento e, no ano, tem variação positiva de 0,34 por cento.

Enquanto o mercado fechava no Brasil, o dólar caía 0,4 por cento em relação a uma cesta com as principais divisas, e as commodities subiam 0,9 por cento, segundo o índice Reuters-Jefferies.

Prevalecia no exterior o otimismo com balanços corporativos e indicadores macroeconômicos positivos nos Estados Unidos. Com isso, a moeda norte-americana pôde romper o nível de 1,75 real, que vinha sendo respeitado desde o início de abril.

"A queda do dólar é pelo bom humor internacional e pela continuação do fluxo positivo em decorrência dos altos juros praticados no país", resumiu Rodrigo Nassar, gerente da mesa financeira da corretora Hencorp Commcor.

Até a semana passada, para alguns analistas, a queda do dólar abaixo de 1,75 real era improvável por causa da incerteza sobre a Grécia --reduzida após a definição do pacote de ajuda-- e por causa de uma possível atuação do Tesouro na compra de dólares no mercado à vista.

Mas nenhum dos dois fatores tem atuado recentemente para favorecer a alta do dólar. Por isso, profissionais de mercado têm notado um aumento das apostas na valorização do real, com a zeragem de posições compradas em dólar. Alguns chegaram a citar operações "de giro" por parte de tesourarias de bancos com o sentido de intensificar a queda do dólar.

Nesta sessão, segundo Nassar, a entrada de capitais no país também ajudou a desvalorizar a moeda. "Hoje entrou muito fluxo estrangeiro", disse o gerente.

O mercado tem reforçado a aposta em uma alta da taxa básica de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no fim do mês. Nesta sessão, os juros futuros atingiram os maiores patamares do ano na BM&FBovespa.

Em abril, a entrada de moeda estrangeira no país superou a saída em 153 milhões de dólares nos seis primeiros dias úteis do mês, segundo o Banco Central. No ano, o país registra 2,943 bilhões de dólares em fluxo positivo.

A perspectiva também é favorável à entrada de capitais. Entre diversas ofertas de ações e de títulos de dívida no mercado local, o Banco do Brasil anunciou nesta manhã, uma proposta de emissão de até 8,8 bilhões de reais em ações ordinárias.

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