quinta-feira, 29 de abril de 2010

Custo do crédito cai em março, antes de alta da Selic


O custo médio dos empréstimos bancários e a inadimplência recuaram ligeiramente em março no Brasil, mas números preliminares do Banco Central sobre as duas primeiras semanas de abril já apontam um aumento das taxas médias cobradas pelos bancos, em meio a expectativas de que o Copom elevaria a Selic esta semana.

No mês passado, o juro médio nos empréstimos com recursos livres, desvinculados de programas governamentais, recuou 0,1 ponto, para 34,2 por cento ao ano --menor patamar desde dezembro de 2007. Nos primeiros 15 dias de abril, contudo, essa taxa já tinha voltado a 35 por cento.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo BC.

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic na quarta-feira em 0,75 ponto percentual, para 9,50 por cento ao ano, em o que está sendo visto pelo mercado como o início de um ciclo de aperto monetário. O movimento já tinha sido antecipado pelo mercado futuro.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, não quis especular sobre a tendência para o custo dos empréstimos diante desse quadro.

"Isso vai depender dos próximos movimentos da política monetária, que eu desconheço", afirmou Lopes a jornalistas, acrescentando que as taxas cobradas pelos bancos também são influenciadas por mudanças no spread bancário.

Em março, o spread, que mede a diferença entre o custo de captação dos bancos e os juros cobrados dos clientes, caiu 0,2 ponto, para 24,1 pontos percentuais.

O crédito total disponibilizado pelo sistema financeiro no Brasil, incluindo recursos livres e direcionados, cresceu 1,1 por cento em março, para 1,452 trilhão de reais. O volume equivale a 45 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo patamar registrado desde novembro.

Os dados mostraram ainda que as novas concessões de crédito caíram 2,6 por cento no mês passado, considerando a média diária, e a inadimplência diminuiu levemente para 5,2 por cento, ante 5,3 por cento em fevereiro.

Entre as pessoas jurídicas, a inadimplência caiu 0,1 ponto, para 3,6 por cento, enquanto a queda para as pessoas físicas foi de 0,3 ponto, para 7 por cento.

"A inadimplência pode continuar caindo", afirmou Lopes, destacando a forte alta do indicador no ano passado, por conta da crise global, quando chegou alcançou 5,9 por cento.

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